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Desde o seu início em 2007, este blog evoluiu
e hoje, quase exclusivamente,
ocupa-se com a reflexão sobre a vida de um homossexual,
no contexto de sua fé católica.



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2 de setembro de 2013

Mês da Bíblia (3) - leitura existencial

 
 
"Leitura existencial" (vivencial, existencialista, etc.) é um dos métodos de estudo bíblico que, a princípio, não exige muito, além de atenção e imaginação - sempre acompanhadas pela fé e oração. Vários autores recomendam este método. Entre eles, gostaria de citar o Pe. Léo, scj (Léo Tarcísio Gonçalves Pereira - 1961-2007; sacerdote dehoniano, escritor, pregador, compositor e cantor, fundador da Comunidade Bethânia que trabalha com a recuperação de dependentes químicos). Em seu livro "Roteiros bíblicos de cura interior" (Edições Loyola, São Paulo, 2005), o Pe. Léo escreve:
 
Como estamos nos orientando por roteiros bíblicos, que são experiências vividas por pessoas em situações similares às nossas, devemos fazer ao máximo o uso da imaginação (p. 23). Conforme os roteiros que vamos rezando, precisamos aprender a nos colocar dentro da cena. Não adianta nada ler esses roteiros somo se fossem uma informação geral sobre um tema. Esses roteiros são exercícios práticos. Precisam ser vividos. Nenhum de nós chegará a alcançar as metas desejadas se não seguir pelas trilhas que a Bíblia vai apresentando. Somos convidados a fazer a mesma experiência. Somos convidados a ouvir o que o Senhor está nos falando, a respeito de nossa vida, a partir da rota que estamos seguindo (p. 25). Tome consciência da presença de Jesus. Peça ao Espírito Santo que venha em socorro de sua fraqueza. Leia e releia o texto bíblico até conseguir memorizar suas partes principais. Depois tente reproduzir, para si mesmo, mentalmente, o esquema do texto. A partir disso comece a se inserir na história. A Bíblia não é um livro escrito para contar a história de fulano, sicrano ou beltrano. A Bíblia é o livro escrito sobre a sua história. É um roteiro no mais amplo e perfeito sentido dessa palavra. Retome o texto. Observe, conforme a situação que você está vivendo, que personagem se encaixa melhor em você. Coloque-se no lugar de cada um deles. Pergunte, muitas vezes, para Deus o que ele quer lhe falar. Peça, muitas vezes, as luzes do Espírito Santo. E não se canse de rezar a partir desses roteiros. Com certeza essa oração lhe fará um bem imenso. Experimente (p. 28-29).
 
A mesma proposta metodológica de leitura da Bíblia propõe o Pe. James Alison (James Nicholas Francis Alison, inglês, nascido em 1959 em Londres, sacerdote, teólogo, escritor. Estudou, viveu e trabalhou na Inglaterra, no México, Brasil, Bolívia, Chile e Estados Unidos. Obteve o doutorado em Teologia pelas Faculdades Jesuítas de Belo Horizonte. Além de teólogo, é um dos raros padres e teólogos católicos assumidamente gays). Em seu livro "Fé além do ressentimento - fragmentos católicos em voz gay" (Editora É Realizações, São Paulo, 2010), o Pe. James escreve:
 
A leitura não ficará restrita a um simples comentário, será uma tentativa de fazer um experimento sobre a própria perspectiva da leitura. Isso significa que faremos estas perguntas: "Quem está lendo esta passagem?", "Com quem nos identificamos?". A razão para o uso de tal abordagem é afinar a nossa inteligência, para que possamos, então, começar a levantar certas questões sobre aspectos fundamentais da moral, de como falamos sobre essas coisas, ou mesmo de como as vivemos de uma forma mais ou menos coerente e convincente. (...) Minha intenção não é causar escândalo, mas provocar um tipo de discussão que habilite a formação de um caminho mais completo para se viver uma vida cristã (p. 35).

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